A dinâmica de Sintegração consiste, primeiramente, em um compartilhamento de ideias dentro de pequenos grupos e, posteriormente, na troca de conhecimentos em novos grupos. Assim, é possível abordar mais tópicos e contribuir ativamente nas discussões.
Na aula de segunda-feira, 15 de maio, realizamos essa dinâmica com base nos conceitos de Hertzberger aplicados a alguns espaços da Escola de Arquitetura.
Primeira Rodada: Pátio atrás do DA
Tópico: Estrutura e Interpretação; Forma e Interpretação
Nesse capítulo, Hertzberger destaca os seguintes pontos:
- A forma não apenas determina o uso e a experiência, mas também é igualmente determinada pelos dois na medida em que é interpretável e, portanto, pode ser influenciada.
- Tendo em vista que algo é projetado para todos, isto é, com um ponto de partida coletivo, devemos nos preocupar com todas as interpretações individuais possíveis- não apenas num momento específico no tempo, mas também à medida em que ele avança.
- Estruturalismo: tudo na arquitetura em que o aspecto construtivo ocupa uma posição visual proeminente e que se liga à repetição de componentes pré-fabricados, com grades ou molduras, rígidas ou frouxas.
- Mudança do significado original de estruturalismo (pessoas diferentes em situações diferentes fazem as mesmas coisas de maneiras diferentes e coisas diferentes da mesma maneira).
- A forma é capaz de adaptar-se a uma variedade de funções e de assumir numerosas aparências, ao mesmo tempo que permanecer fundamentalmente a mesma.
- Enquanto, por um lado, a estrutura representa o coletivo, por outro, a maneira como pode ser interpretada representa as exigências individuais, reconciliando assim o individual e o coletivo.
Pátio atrás do DA |
Segunda Rodada: Escada em frente ao Radamés
Tópico: O Intervalo; Demarcações privadas no espaço público; Conceito de obra pública
Nesse capítulo, Hertzberger destaca os seguintes pontos:
- Intervalo é a transição e a conexão entre áreas com demarcações territoriais divergentes (público e privado).
- Condição para o encontro e o diálogo entre áreas de ordens diferentes (exemplo: soleira na entrada da casa- espaço para dar boas-vindas e despedidas, tradução da hospitalidade em termos arquitetônicos; protege da chuva e do sol; contato entre vizinhos)
- O conceito de intervalo é a chave para eliminar a divisão rígida entre áreas com diferentes domínios territoriais. É a criação de espaços intermediários que, embora do ponto de vista administrativo possam pertencer quer ao domínio público quer ao privado, sejam igualmente acessíveis para ambos os lados (exemplo: corredores serem considerados ruas em um edifício, espaços de convivência)
- O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro da comunidade contribua à sua maneira para um ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar.
A partir de tais conceitos, discutiu-se a condição residual de tal espaço, que existe como uma "sobra da construção da escada" e a consequente subutilização dele com local de armazenamento de carrinhos. Além disso, a existência de regras de conduta implícitas estimula a não apropriação do espaço pelos alunos.
Escada em frente ao Radamés |
Terceira Rodada: Museu da Escola
Tópico: Visão 3
Nesse capítulo, Hertzberger destaca os seguintes pontos:
- Arquitetura capaz de mostrar o que não é realmente visível, despertar associações das quais não se tinha consciência antes.
- Abstração da forma → redução de informações sobre a maneira como as coisas funcionam (tubulações escondidas, funcionamento de elevadores).
- A maneira como edifício é integrado, como funciona, deveria ser legível para seus usuários: materiais de construção, como são organizados, como atuam.
- Isso também é valido para o planejamento urbano → ao mostrar como as coisas funcionam a arquitetura pode intensificar a consciência dos fenômenos que compõe o ambiente.
Museu da Escola |
Quarta Rodada: Hall elevador e bicicletário
Tópico: Incentivos; Forma como instrumento
Nesse capítulo, Hertzberger destaca os seguintes pontos:
- Necessidade de identificar-se com os usuários, compreendendo como o projeto chegará a eles e o que eles esperam.
- Existência de adaptações posteriores feitas pelos próprios usuários nos projetos “prontos” → não há fim em uma construção.
- Usos do espaço de formas que o arquiteto não pensou.
- Quanto mais influência pudermos exercer pessoalmente sobre as coisas à nossa volta, mais nos sentiremos emocionalmente envolvidos com elas, mais atenção daremos a elas e mais inclinados estaremos a tratá-las com cuidado e amor
- Desenvolvemos afeição por aquilo que nos identificamos.
- Projeto com consciência de que os usuários precisam ter liberdade de decidir como usar cada parte → harmonia de uso → bom retorno no projeto
Hall elevador e bicicletário |
Comentários
Postar um comentário