Localizado em Brumadinho, Minas Gerais, o Instituto Inhotim é um museu de arte contemporânea e jardim botânico famoso por sua exuberância e magnitude. Com cerca de 140 hectares, o museu abriga mais de 700 obras de artistas brasileiros e estrangeiros, formentando o olhar artístico e crítico daqueles que observam as nuances desse complexo espaço.
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Mapa distribuído na entrada para os visitantes se localizarem na imensidão do Inhotim |
Em visita realizada pela turma no dia 27 de abril, conheci, pela primeira vez, esse refúgio de inspirações arquitetônicas e plásticas. O objetivo inicial do grupo era analisar uma galeria por nós escolhida em relação à obra, sua interação com o prédio que a abriga e o nível de imersão e de participação entre o espectador e a obra. Escolhemos a galeria da artista Valeska Soares mas, infelizmente, o espaço estava em manutenção. Na busca por uma nova galeria para realizar o estudo, visitamos a galeria "Psicoativa Tunga", uma das maiores galerias do instituto em meio à natureza.
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Visão da galeria "surgindo" dentro da vegetação |
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Escadaria de acesso
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Apesar das paredes de vidro proporcionarem uma sensação de integração com o ambiente externo, acredito que o espaço não valoriza, integralmente, as obras expostas, uma vez que a amplitude da galeria, sem divisórias, não permite que o espectador se surpreenda ao se deparar com cada instalação (como se quem entra na galeria já tivesse um spoiler de tudo o que encontrará ao caminhar pelo salão). Além disso, a exploração estética da obra apresenta cenas fortes e, em minha opinião, até desconfortantes. É, sem dúvidas, uma arte que causa reflexão no espectador.
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Arte exposta na galeria Tunga |
Após a breve passagem por essa exposição, o grupo escolheu realizar a análise na Galeria da Fonte que abrigava a exposição temporária "O Mundo é o Teatro do Homem". Por ser temporária, a obra não teve o espaço arquitetônico construído em sua função, apesar disso, acredito que as paredes semi-transparentes da galeria aguçam a curiosidade dos transeuntes que se interessam em descobrir o que há por detrás das cortinas. Na parte interna, a galeria era organizada com mesas expondo documentos, informações em painéis suspensos, colagens nas paredes e uma espécie de teatro com arquibancada, cortina e telão exibindo produções de artistas brasileiros. As luzes brancas e fortes mantinham o espaço bem iluminado, exceto na parte do teatro, que era escura. De fato, não era uma galeria com propósito interativo, apenas contemplativo: a quantidade de textos nas paredes e painéis demandava um longo tempo para serem lidos e, por isso, raramente via-se alguém realmente lendo-os, com o tempo curto apenas uma passada rápida nos títulos. Além disso, não era permitido tocar em nada, nem mesmo nos livros dispostos em algumas mesas que, por essa regra, tornavam-se sem função aparente. Em resumo, apesar de abordar uma temática interesse e bem documentada, a exposição não é convidativa, nem interativa e, com isso, prende, por pouco tempo, a atenção da maior parte dos visitantes.
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Entrada da Galeria da Fonte
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Parte interna da galeria |
Depois de contemplar a analisar a galeria, cada uma do grupo realizou dois desenhos de observação: um do exterior da galeria e outro de seu interior. Para ver meus desenhos, clique aqui. :)
Com as demandas da aula prontas, ficamos mais tranquilos para conhecer outros espaços do Inhotim.
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Um dos caminhos por onde passamos |
Por ser uma área muito grande, a tarefa de visitar todas as galerias em apenas uma tarde é quase impossível, assim, elegemos as que mais nos interessaram para visitar:
Desvio para o Vermelho - Cildo Meireles
Trata-se de uma exposição de um ambiente completamente e exaustivamente vermelho: móveis, roupas, elementos de decoração e até comidas dentro de uma geladeira (vermelha também!).
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Parte do ambiente da exposição: Desvio para o Vermelho |
Através - Cildo Meireles
Essa obra centra-se na temática das barreiras físicas e ideológicas e dos mecanismos de vigilância e de controle do mundo atual. Bastante imersiva, a obra convida o expectador a caminhar por entre as diferentes barreiras físicas pisando sobre cacos de vidro:
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Visão externa da obra
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Glove Trotter - Cildo Meireles
Com paisagem lunar, a obra consiste em uma malha de ferro sobre bolas de diferentes tamanhos. A iluminação da sala detaca o prata brilhante da composição mantendo o entorno bem escuro.
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Parte da obra |
Galeria Adriana Varejão
Feita em concreto, a parte externa da galeria impressiona e se destaca em meio à vegetação. Como forma de transição entre a paisagem natural e a construção há um espelho de água que reflete o entorno. No interior, o espectador é guiado por diferentes cenários até sair pela parte de cima da galeria, voltando para a vegetação.
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Primeira visão da galeria |
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Detalhe da parede de carne, uma das obras expostas |
Além das galerias apresentadas, também visitamos o Galpão (experiência sonora e visual), o Caleidoscópio (permite uma visão espelhada do horizonte) e a Cosmococa (galeria extremamente interativa com redes, colchões, piscina, balões e música, uma das minhas favoritas da visitação). Pessoalmente, não gostei da sensação de estar dentro da galeria Galpão, o excesso de estímulos visuais e auditivos, associados à escuridão do local, me influenciaram a sair rapidamente de seu interior.
Efeitos sonoros e visuais do galpão
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Caleidoscópio |
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Visão obtida em seu interior |
Ao final da tarde, antes de voltarmos para BH, passamos na lojinha de lembranças do Inhotim, localizada próxima à saída. Havia itens muito variados: cadernos, ecobags, louças, esculturas, blusas, bonés e brinquedos. E, a maior parte deles, bastante caros (acabei não comprando nada).
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Fachada da loja |
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Itens de decoração a venda |
Após a visita e as discussões feitas em sala, conclui-se que o Inhotim, apesar de ser um rico espaço cultural, também pode ser problematizado em relação à forma de ocupação do espaço e falsa ideia de natureza preservada. Observa-se, durante caminhadas pelo instituto, o excesso de cuidado com os jardins, aspecto que torna a natureza "artificial" e retira a oportunidade de ser uma área de preservação da mata atlântica remanescente na região.
Apesar dessas objeções, classifico a visita como surpreendente e marcante. Com certeza voltaria ao Inhotim para conhecer mais um pouco de sua extensão.
Galeria de Fotos:
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Espaços cuidados o dia inteiro por jardineiros
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Mais um dos milhares de jardins
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Orquidário |
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Restaurante na entrada |
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Ambiente externo do Restaurante |
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Eu e meu grupo (Bianca, Andreza, Rafaela, Layla, Vitória, Ana Clara e Ana Beatriz) |
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