Texto produzido a partir da leitura dos textos "Animação Cultural" de Flusser e "A falsa promessa do ChatGPT" de Noam Chomsky, Ian Roberts e Jeffrey Watumull; e do documentário da Netflix, "O Dilema das redes".
O avanço tecnológico permite, cada vez mais, a automatização de tarefas e o que parece ser, à primeira vista, a superação da capacidade humana pelas máquinas. Com a possibilidade de alto processamento e de armazenamento quase infinito de dados, a inteligência artificial ganha espaço no universo criativo, área até então de domínio quase exclusivo humano. Descrita como capaz de criar textos, músicas, fotos e ilustrações, a IA (inteligência artificial) divide opiniões dos especialistas, enquanto gera controvérsias a respeito de seu gerenciamento e de sua aplicabilidade. Por ser um processador, essa inovação não é capaz de criar, do zero, nenhuma produção, mas, sim de sintetizar referências de seu banco de dados. Essa característica é o ponto de partida dos problemas que permeiam tal sistema. Assumindo como sendo de sua autoria, divulga ilustrações e textos plagiados aos usuários, além de informações falsas e infundadas. Um exemplo é o ChatGPT, popularizado ao redor do mundo como aprendizado de máquina, é capaz de gerar respostas instantâneas para qualquer pergunta feita. Entretanto, o que se observa é a falha do propósito inicial, de ser um auxiliador na tomada de decisão e de aprendizado humano, e a prevalência de pseudociências e de falsas verdades. A reprodução de preconceitos e estereótipos é, sem dúvidas, uma forma de manipulação de usuários, disseminando ódio e polarização, moldando comportamentos e criando alienação. De forma semelhante, estão as redes sociais, ferramentas de controle e causadoras de vícios entre os utilizadores. Indiscutivelmente, as tecnologias são aliadas humanas no desenvolvimento e no aprimoramento de suas relações interpessoais. Apesar disso, sendo uma ferramenta, essas inovações devem continuar controladas e não no controle social. Regulamentar é, por exemplo, uma maneira de evitar a exploração e a venda de dados pessoais para bancos de dados ilegais. Cabe, portanto, à sociedade exigir de seus governantes que grandes empresas de tecnologia prestem esclarecimento e mantenham, com transparência, a evolução das inteligências artificiais, evitando, assim, as consequências da extrapolação dos limites digitais.
Isabela Daride
Comentários
Postar um comentário