Parágrafo produzido a partir da leitura e análise do livro "A Filosofia da Caixa Preta" de Vilém Flusser.
Escrito em 1983, o livro "A Filosofia da Caixa Preta" levanta uma discussão sobre a relação entre humanos e máquinas utilizando como ponto de partida o fotógrafo e a máquina fotográfica. Apesar do foco nesses dois elementos, o texto continua pertinente e seus desdobramentos encaixam-se no cenário das novas tecnologias dos dias atuais. Construindo um paralelo entre a invenção da escrita, que deu início à História, e a invenção das imagens técnicas (produzidas por aparelho), que deu início à chamada Pós-História, Flusser reflete sobre a substituição da realidade por instantes e a consequente alienação do homem nesse processo. Nesse contexto, destaca-se a instrumentalização da prática fotográfica um vez que, sem conhecer o que ocorre dentro do aparelho, quem utiliza a máquina torna-se um mero funcionário a serviço do equipamento. Ao se acomodar, se alienando dos processos, permite-se que a tecnologia sobreponha-se, comandando seus utilizadores. Assim, a filosofia da fotografia, defendida por Flusser, atuaria como uma libertadora do homem de agir conforme o programado.
Isabela Daride
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Fonte: Quatro Cinco Um. Acesso em 09/04/2023 |
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